“Só venha quando o sangue estiver escorrendo pelas pernas”

“Só venha quando o sangue estiver escorrendo pelas pernas”.

No quarto mês de sua gestação, em 2018, Amanda Araújo procurou o Hospital Pontes Neto, em Quixeramobim, sentindo dores que achava serem anormais. Ela também apresentava um pequeno sangramento. Ao DQ, Amanda contou que o médico que a atendeu informou que seu estado de saúde era normal, receitou dipirona e a mandou de volta para casa.

Alguns dias depois, as dores de Amanda aumentaram, assim como o sangramento. Ela procurou o Hospital Pontes Neto novamente. Foi nessa ocasião que o médico, segundo conta, disse: “Só venha quando o sangue estiver escorrendo pelas pernas.” Ele a mandou para casa novamente.

Sem melhorar, Amanda procurou outro médico. Ele avaliou a gestante com cuidado e determinou que havia risco de aborto involuntário. Receitou medicamentos e Amanda continuou com seu bebê por mais algumas semanas. Mas a situação se agravou muito. As dores aumentaram e o sangramento ficou mais intenso. Amanda voltou pela terceira vez ao Hospital Pontes Neto. Inacreditavelmente, conta que o médico apenas receitou dipirona e a mandou de volta para casa.

“Eu chorei pedindo para realizarem um ultrassom, mas não fizeram. Madaram eu voltar para casa”, conta. Ela procurou ajuda particular, fez o ultrassom e foi transferida às pressas para a Maternidade de Quixadá. Afirma que o último médico particular que a atendeu explicou que o aborto poderia ter sido evitado quando ela procurou socorro pela primeira vez.

O bebê de Amanda morreu no útero. Ela fez curetagem para retirá-lo, um procedimento que lhe deixou dores psicológicas profundas. O filho tão esperado nunca entrou em sua casa, e os sonhos que haviam sido projetados para ele terminaram.

ESPAÇO PUBLICITÁRIO.

Compartilha:

Veja Mais