Um paciente idoso internado na Unidade de Pronto Atendimento de Quixadá (UPA) morreu na tarde desta sexta-feira, 05. O homem, cuja identificação não será dada aqui em respeito ao momento de dor da família enlutada, não conseguiu transferência para uma UTI. O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) está lotado e é muito difícil encontrar leitos de UTI em Fortaleza. Após o óbito, parentes do falecido foram instruídos a não realizarem velório e enterro comuns. A secretaria de saúde ainda não confirmou se o óbito se deu por covid-19. Na hipótese de que tenha sido, o número de vítimas da doença sobe para 101.
Em 2020, nos meses mais críticos da crise sanitária, quando hospitais de referência estavam lotados, pacientes em situações semelhantes contavam com a Unidade Covid, que tinha 20 leitos, vários deles com ventiladores mecânicos e assistência médica exclusiva para doentes de Covid-19 24 horas. Muitas vidas foram salvas. Mas a Unidade Covid foi desativada quando a primeira onda da pandemia passou e o número de pacientes foi zerado. Não se justificava mais manter o gasto de quase meio milhão por mês. Mas a estrutura e os equipamentos ficaram à disposição. No entanto, a gestão atual ainda não decidiu se vai reabrir a Unidade.
O prefeito Ricardo Silveira informou na noite desta sexta-feira que aguarda os 10 leitos de UTI prometidos pelo Governo do Estado, ainda em agosto de ano passado, ficarem prontos na Maternidade Jesus Maria e José. Mas não disse nada sobre reabrir a Unidade Covid.
A morte do paciente que não conseguiu transferência parece sugerir a necessidade urgente do município entrar em lockdown. Especialistas apontam para o pico da segunda onda de covid-19 a partir do dia 12 de março. O agravamento repentino da crise sanitária, com um município sem leitos de UTI, sem Unidade Covid e sem conseguir vagas em outros lugares, tem potencial para colapsar o sistema de saúde local.