O município de Quixadá, no Sertão Central, está conseguindo redesenhar positivamente a área da saúde apesar da crise sanitária e da diminuição de captação de receitas. No meio do ambiente de tensão que cerca os plantões que buscam salvar vidas na guerra contra o coronavírus, avanços silenciosos, mas fundamentais, vão acontecendo.
Menos receitas
É preciso reconhecer, antes de tudo, que as informações de que o município tem recebido verbas federais extras na casa de milhões de reais não são verdadeiras.
O que foi aprovado no congresso nacional é que os municípios recebam verbas compensatórias pela queda na arrecadação em virtude da realidade de pandemia.
Assim, Quixadá receberá em 4 parcelas, até o final do ano, recursos perdidos pela queda nas receitas. E esta compensação ainda não vai livrar o município do prejuízo, pois cobrirá apenas cerca de 75% das perdas,.
A informação de que o Governo Federal está inundando os municípios com recursos extras é, portanto, inverídica.
Ampliação de leitos de internação
Mas este cenário de dificuldade não tem impedido Quixadá de turbinar a área da saúde. Até metade de junho, por exemplo, a expectativa da administração Ilário Marques é dobrar a quantidade atual de leitos de internação, algo essencial durante a crise sanitária.
Na próxima semana, a Unidade Exclusiva Covid, montada pelo próprio município, terá mais cinco leitos de internação, passando de 15 para 20. Ali, haverá pelo menos 8 leitos com ventiladores mecânicos. Três deles foram adquiridos pela prefeitura e os demais entregues pelo governo do estado. Mais de 70 pacientes já ficaram na unidade recebendo atendimento e auxílio, alguns inclusive para respirar, antes de serem transferidos para hospitais de referência do Estado ou, como aconteceu na maioria dos casos, voltarem para casa.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por sua vez, vai ficar com 5 leitos de enfermaria adicionais, isolados dos leitos destinados aos atendimentos corriqueiros de emergência, apenas para casos suspeitos de covid-19.
O Hospital Municipal Eudásio Barroso ganhará, de uma vez só, 10 novos leitos de internação numa ala exclusiva. Apesar dos ataques de desinformação que recebe constantemente, o hospital é o maior equipamento do tipo na região, depois do Hospital Regional, e sustenta nos ombros demandas não apenas de Quixadá, mas de vários municípios do Sertão Central.
A verdadeira utilidade e importância do Eudásio Barroso é indevidamente desprezada por quem se alimenta de notícias falsas espalhadas com objetivos políticos. Surpreendentemente, até pré-candidatos caem na esparrela de propôr sua desativação, o que mostra que desconhecem completamente o sistema de saúde local.
Na soma, Quixadá disporá, ainda em junho, de 35 leitos de internação à disposição da guerra da saúde contra o vírus. Isto pode à primeira vista parecer pouco, mas representa, em um único município, quase 50% da capacidade total de internações da ala covid do Hospital Regional, equipamento que se destina ao atendimento de todos os municípios da região, incluindo o próprio Quixadá.
A boa reação de Quixadá ao momento desafiador já começa a chamar atenção de outros municípios que, diante da falta de leitos nos hospitais de referência, começam a enviar cidadãos doentes para serem atendidos na terra dos monólitos, um desafio crescente que exige foco total para superação.
