Quixadá estagnou

LETREIRO NO CENTRO DE QUIXADÁ

Nove dias após o afastamento do prefeito Ilário Marques, a situação do município é de completa estagnação.

A máquina pública brecou. Várias atividades planejadas para acontecer neste período estão suspensas.

Nos bastidores da administração o clima, por vezes, é de tensão. A ausência da liderança e direção de Ilário Marques, sempre muito presente em todas as decisões importantes, deixou um vazio abissal que a pouca experiencia e desenvoltura do substituto, sem demérito para ele, não conseguem preencher.

Sem direcionamento claro, tudo está meio solto em todas as secretarias.

A preocupação de alguns que tentam se aproximar do prefeito interino, em vez de ser cuidar em segurar as rédeas da gestão e assegurar que o município continue caminhando para frente, se volta principalmente para escolher quem vai ser o próximo exonerado.

O prefeito interino, João Paulo de Menezes Furtado, dá sinais de delíquio, concentra-se em atividades políticas difusas e confusas, acompanha a campanha de Camilo Santana e de outros políticos e, apesar disto, ninguém sabe dizer exatamente quem ele está apoiando.

Além das exonerações já anunciadas, as medidas que o gestor interino adotou, até agora, dizem respeito ao congelamento de pagamentos.

A empresa do lixo, por exemplo, só receberá dinheiro se o Ministério Público autorizar, conforme contam assessores. Os garis estão preocupados e até já falam em paralisações. Os jogos digitais da juventude sofreram cortes e serão reduzidos.

A prudência certamente é necessária por parte do gestor interino. Mas a prudência que paralisa, em vez de facilitar o avanço da máquina pública, não é prudência, é obstáculo. Se João Paulo não tiver cuidado, daqui a pouco sua competência para desempenhar o papel de prefeito começará a ser questionada.

Desmotivados num ambiente sem troca mútua de simpatia e apoio, é possível que secretários nomeados por Ilário peçam exoneração nos próximos dias. Ou sejam exonerados, não se sabe. A maioria deles gosta de João Paulo e está disposta a colaborar para não deixar que o município desande. Mas não contavam em atuar num ambiente sem direcionamento e apoio claros.

Opositores de Ilário estão à espreita feito bichos de caça, atentos a qualquer oportunidade de fincar suas garras no governo municipal. O resultado pode ser, a curtíssimo prazo, como mostram vários exemplos históricos de situações semelhantes, um prejuízo político enorme para o próprio prefeito interino. Tudo o que ele não quer.

A descontinuidade administrativa bate à porta do município e tem potencial para tornar 2018 um ano perdido. A gestão que estava funcionando – exceto na cabeça de opositores de Ilário -, e que estava recuperando Quixadá e se preparando para intervenções mais ousadas, foi interrompida por denúncias de um cidadão que é réu em uma penca de processos.

É óbvio que a grande expectativa é de que a justiça se pronuncie logo sobre a defesa de Ilário e diga se ele deve voltar e retomar o controle das coisas, ou não.

Enquanto o cenário estiver indefinido, a inclinação da máquina pública parece ser continuar definhando, o que é ruim para todos. Ninguém quer retrocessos em Quixadá.

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