Uma reunião entre o prefeito de Quixadá, Ilário Marques, vereadores e secretários da gestão, realizada no Centro Administrativo da prefeitura, no sábado, 17, foi marcada por um episódio que virou alvo de muitos comentários na sessão legislativa da última quinta-feira, 22.
É que algum participante da reunião, sem pedir ou avisar, gravou às escondidas as falas de Ilário Marques. O conteúdo dos áudios foram, depois, veiculados nas mídias ligadas ao peemedebista Ricardo Silveira, que perdeu as eleições de 2016 para o petista.
A reunião era aberta a vereadores da bancada governista e da bancada de oposição e, de fato, todos foram convidados.
O áudio vazado não tinha em seu conteúdo nada que o prefeito quixadaense já não houvesse dito em público. Sua crítica ao concurso público realizado em 2016 e sua postura em processo judicial ainda em tramitação na Comarca de Quixadá são de amplo conhecimento.
Na avaliação do prefeito, que conversou sobre o assunto no último sábado, 24, durante entrevista à rádio Cultura FM, o sensacionalismo feito com uma fala sua que não continha nada de secreto é típico da politicagem rasteira e baixa de seus adversários. Ilário criticou, em especial, os dirigentes da Rádio Monólitos, de propriedade da família do médico Ricardo Silveira, que, segundo ele, não tem coragem para entrevistá-lo sobre nada, preferindo rebaixar um parlamentar ao papel ridículo de espião em uma reunião que não continha nenhum debate confidencial.
O Diário de Quixadá conversou com alguns advogados sobre o assunto e eles foram unânimes na avaliação: uma vez que o indivíduo que gravou o áudio era, também, interlocutor na conversa, não há crime no ato de gravar o que foi dito. Ademais, as circunstâncias envolvidas, isto é, uma conversa republicana entre um prefeito e parlamentares, não favorecem a interpretação de que a gravação tenha sido criminosa.
Para o vereador Guto da Glaudiesel, porém, a ação foi típica de um “moleque”. “Foi coisa de moleque, não de homem”, disse da tribuna da câmara municipal. Escute o áudio da fala dele.
Há muitos comentários sobre quem teria sido o autor da gravação, mas seu nome ainda é desconhecido. A suspeita é de que, em outros tempos, o espertinho tenha participado de reuniões onde os envolvidos conversavam sobre propostas nada republicanas e indecentes e, achando que “pegaria” o gestor quixadaense com uma gravação secreta comprometedora, fez o que fez.
A ação revela, também, uma ânsia descontrolada para comprometer e prejudicar Ilário Marques. É o modo de operar de quem não sabe fazer política no amplo debate e de quem espera, feito urubu esfomeado, por um pedacinho qualquer de carniça.
A gravação, no fim das contas, serviu ao único propósito de alimentar abordagens sensacionalistas.
Afinal, quem terá sido o autor dela?