Uma situação lamentável nesta quarta-feira (03), em Quixadá, trouxe à tona um problema que deve demandar ação rápida da administração pública para ser corrigido.
Na localidade de Picos, Zona Rural, populares encontraram uma ossada humana e, depois de informadas, as autoridades policiais acionaram o Rabecão da Perícia Forense de Quixeramobim para fazer o recolhimento. Com uma fila de ocorrências para atender, os profissionais levaram cerca de cinco horas para realizar o procedimento.
Ocorre que, até 31 de dezembro de 2020, a prefeitura mantinha um convênio com o Governo do Estado para manter em Quixadá, de prontidão no pátio da Delegacia de Polícia Civil, uma viatura do Rabecão para atender ocorrências na cidade e também em Banabuiú, Choró, Ibaretama e Ibicuitinga. Mas a nova administração não renovou o convênio.
Pelo convênio, o Estado fornece a viatura e a prefeitura arca com despesas com pessoal. São quatro funcionários, cada um deles recebendo salários de pouco mais de R$ 1 mil. Nada muito dispendioso para um serviço tão necessário.
A viatura em Quixadá auxiliava a Perícia Forense regional, cuja sede fica em Quixeramobim. Agora, sem o convênio, apenas o veículo de Quixeramobim está à disposição para toda a região atendida. Com isso, corpos de pessoas mortas em acidente, cadáveres encontrados em residências ou mortos em resultado de violência, podem ficar expostos na rua ou onde estiverem por muitas horas. Para piorar, quando um evento assim acontece, uma viatura da Polícia Militar geralmente é deslocada para prestar apoio, deixando outras áreas do município descobertas por horas do serviço.
Profissionais ouvidos pelo DQ esperam que a gestão do médico Ricardo Silveira renove o convênio. Eles também estão com salários de dezembro atrasados e ainda não receberam da nova gestão uma previsão de quando serão quitados. Em geral, dezembro era pago até o dia 10 de janeiro.
