O terrível acidente na noite de domingo, 26, no município de Ibaretama, matou quatro pessoas da mesma família. As vítimas já foram identificadas. O casal Raimundo Nonato Feitosa, 65 anos, e Ercília Batista Araújo, 59, retornavam de Solonópole com destino a Fortaleza. Com eles estavam Catia Nonata Pinheiro Fuentes, 47, e sua filha Patrícia Isabelle Fuentes, de apenas 20 anos, que moravam em São Paulo.
Ainda no carro das vítimas fatais, um Corsa de placa CCM-8557, de Fortaleza, estavam dois cães da raça poodle, de estimação da família. Um dos animais morreu na hora. O outro permanece na Delegacia de Polícia Civil de Quixadá.
IMPACTO MORTAL
A primeira análise da Perícia no local do acidente constatou que a caminhonete Toyota Land Cruiser, de placas HYH 8008, de Ibaretama (CE), conduzida pelo ex-prefeito daquele município, o médico Manoel Moraes Lopes, teria invadido a faixa contrária da BR-122, colidindo frontalmente com o Corsa.
O impacto do choque foi tão grande que o Corsa ficou totalmente destruído. O motor do carro foi parar no banco do motorista. As vítimas, mesmo usando cintos de segurança, não tiveram nenhuma chance de sobrevivência. Objetos pessoais da família foram lançados para fora do veículo. Restava evidente que os mortos haviam sofrido múltiplas lesões por todo o corpo.
Um terceiro veículo, conduzido por um homem de nome Lucinelson Marques da Silva, também foi atingido. O condutor sofreu uma fratura na perna e foi socorrido para o hospital de Quixadá. Não corre risco de morte.
SINAIS DE EMBRIAGUEZ
O ex-prefeito Manoel Moraes Lopes é suspeito de ter sido o causador do acidente. Ele era o condutor da caminhonete que teria invadido a contramão e se chocado com o Corsa. O tenente-coronel Gilberto Calixto, responsável pela Área Integrada de Segurança AIS-20, informou à imprensa que Morais apresentava sinais de embriaguez.
O Delegado de Polícia Civil de Quixadá ainda tentou prender Manuel Morais em flagrante, mas o ex-prefeito disse estar sentindo fortes dores na cabeça e foi levado para o hospital, onde se constatou suspeita de traumatismo craniano. Ele foi levado para um hospital de Fortaleza sob escolta policial.
O jornal O Povo publicou que o teste do bafômetro foi feito em Morais e que ele apresentou 1,38 miligramas de álcool por litro de ar, – quatro vezes acima do permitido por lei, de 0,34 mg/l. A Polícia Civil de Quixadá, porém, negou à imprensa que o ex-prefeito tenha feito o exame.
No local do acidente, pessoas revoltadas tentaram linchar o ex-prefeito e atear fogo ao seu veículo, mas a polícia conseguiu impedir a ação desenfreada que poderia prejudicar a perícia e as investigações.
SONHOS QUE FINDARAM
A tragédia que matou quatro pessoas representa um duro golpe na vida de pelo menos quatro famílias diferentes. Primeiro porque perderam seus entes queridos. Cessou forçosamente a convivência e restará apenas as lembranças e a saudade.
O pior de tudo é que, se for comprovada a suspeita de embriaguez e a culpa do ex-prefeito Morais acabar reconhecida, as mortes terão acontecido por mera irresponsabilidade, algo que mexe muito com os enlutados e revolta a todos. Depois, o fim da vida representa, também, o fim de sonhos, de projetos e de expectativas. Entre as vítimas fatais estava uma jovem de apenas 20 anos, com uma vida inteira pela frente.
