Médico bolsonarista vai voltar a investir em caravanas para tentar se aproximar do eleitorado quixadaense

Médico bolsonarista vai voltar a investir em caravanas para tentar se aproximar do eleitorado quixadaense

O médico bolsonarista Ricardo Silveira vai voltar a investir na realização das chamadas caravanas do coração para tentar se aproximar do eleitorado quixadaense. Nestas caravanas, ele reserva a metade de um dia para atender gratuitamente alguns moradores de Quixadá. A maioria dos atendimentos resulta apenas em encaminhamentos. No final, é o SUS que acaba recebendo os pacientes.

Embora as tais caravanas sejam apresentadas como eventos beneficentes e de caráter solidário, cada edição é explorada politicamente. Reportagens são sempre produzidas no local em que elas são realizadas e os meios de comunicação da família do médico reproduzem o material antes, durante e depois, numa espécie de propaganda.

É compreensível que Ricardo Silveira volte a apelar para tais meios. Desde que perdeu a eleição em 2016, o médico vem perdendo apoios importantes. Não é mais apoiado por José Nilson, que foi seu vice na chapa de 2016; não tem mais o apoio declarado de Dom Adélio Tomasim; não tem mais o apoio daquele que foi seu coordenador de campanha, o advogado Sergio Onofre, que agora se declara como pré-candidato.

Ricardo Silveira também perdeu o apoio de dezenas de ex-candidatos à câmara municipal, pessoas que se decepcionaram com ele após a campanha, supostamente por causa de promessas não cumpridas relacionadas à prestação de contas.

Nos últimos meses, o médico tentou se aproximar do deputado estadual Osmar Baquit. Usou amigos em comum para convidar Osmar para conversar. Não teve a humildade de ele mesmo, pessoalmente, procurar diálogo com o deputado. Filho de família tradicional, rico e sem a experiência da luta partidária pelos direitos das classes menos favorecidas, o médico parece ter de si mesmo uma imagem de grandeza que não corresponde a realidade. Na última quinta-feira, 10, Osmar se posicionou e garantiu que em 2020 vai voltar a apoiar Ilário Marques. As mídias da família Silveira devem voltar a atacar Osmar Baquit.

Depois de abandonar Eunício Oliveira assim que este perdeu a eleição para senador, e depois de deixar o PMDB, o médico tenta de toda forma se identificar com o bolsonarismo. Aparentemente quer preservar seu emprego na Funasa. Mas os próprios aliados calculam que a passagem pela Funasa não resultou em dividendos eleitorais, já que o cargo era para preparar o médico para ser candidato a deputado estadual, mas ele se recusou a disputar a eleição com medo de obter poucos votos. O vácuo gerado pela decisão foi preenchido por Sergio Onofre, que obteve mais votos para deputado do que a própria família Silveira conseguiu dar àqueles a quem apoiou no pleito.

Se a retomada das caravanas pré-eleição vai funcionar ou não, resta esperar para saber. Em 2016 Ricardo Silveira perdeu para Ilário Marques por uma diferença de 6.210 votos.


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