A direção do Hospital Maternidade Jesus Maria e José (HMJMJ) decidiu, nesta terça-feira, 23, entregar à prefeitura de Quixadá a administração dos leitos de enfermaria e UTIs instalados em suas dependências em parceria com o Governo do Ceará.
Inicialmente agendada para acontecer em 19 de março, a abertura dos leitos foi adiada pelo HMJMJ sob a justificativa de que está faltando, junto aos fornecedores brasileiros, insumos necessários nos procedimentos de intubação de pacientes.
No sábado, 20, porém, o prefeito Ricardo Silveira pressionou o HMJMJ a abrir os leitos de UTI e deu prazo de 72 horas, sob pena de requisição dos leitos para serem administrados pela própria prefeitura.
Expirado o prazo, não foi necessário que a prefeitura fizesse a requisição. O HMJMJ decidiu atender o pedido e deixou os leitos sob a responsabilidade da Secretaria de Saúde, a quem cabe, agora, colocar o serviço para funcionar. O HMJMJ também resolveu não cobrar aluguel pelo uso do espaço próprio onde os leitos estão instalados e nem exigir reparação por todos os gastos já efetuados para colocar os equipamentos para funcionar. Visto que as UTIs são oriundas de covênio entre maternidade e Governo Estadual, a prefeitura de Quixadá ainda não havia gastado nada com os equipamentos.
Agora, como a prefeitura deu, ainda no sábado, um prazo de 72 horas para que o HMJMJ colocasse as UTIs para funcionar, há expectativa de que a prefeitura tenha uma estratégia própria e coloque os leitos à disposição sem demora, assumindo os riscos inerentes ao contexto de ausência de insumos para intubação.
Não está claro se a prefeitura vai aproveitar as dezenas de trabalhadores que a maternidade havia contratado para manter o serviço ou se outros profissionais serão demandados pela administração municipal.
O Governo do Estado foi informado de que a prefeitura de Quixadá assumiu os leitos no lugar da maternidade, numa mudança significativa do plano original.