#FicaEmCasa: HRSC prepara 20 leitos de UTI para atender população de 650 mil pessoas

HRSC prepara 20 leitos de UTI para atender população de 650 mil pessoas.

O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), localizado em Quixeramobim, é o Hospital de Referência para atendimentos de casos suspeitos de infecção por coronavírus na região do Ceará que abrange os seguintes municípios: Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena, Paramoti, Banabuiú, Choró, Ibaretama, Ibicuitinga, Milhã, Pedra Branca, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu, Solonópole, Aiuaba, Arneiroz, Parambu e Tauá.

O Diário de Quixadá entrou em contato com a assessoria de imprensa do HRSC para saber quantos leitos de UTI estarão à disposição para atender casos graves da covid-19. A resposta que recebemos é que 20 leitos de UTI estão sendo preparados com tal finalidade.

Isto representa uma média de um único leito de UTI para cada um dos 20 municípios que, juntos, possuem uma população de 649.836 pessoas. Equivale dizer que o HRSC terá uma única UTI para grupos de 32.491 pessoas.

Além dos leitos de UTI, outros 29 leitos de enfermaria estão sendo preparados para casos menos graves, mas que necessitem de intervenção médica.

O que poderia acontecer se 0,5% da população da região fosse infectada?

Estes dados escancaram a necessidade de reforçar, neste estágio da epidemia, as medidas de isolamento social, única solução encontrada por autoridades sanitárias do mundo todo para frear o avanço do novo vírus sobre as populações e evitar o colapso total dos sistemas de saúde.

Na semana passada, o Ministério da Saúde, subordinado a Luiz Henrique Mandetta, divulgou que o percentual de pessoas com diagnóstico confirmado de covid-19 em estado grave foi de 11,7% desde o dia 17 de março, quando teve início o monitoramento feito pela pasta. Trata-se de um patamar que está dentro da média do que tem sido observado ao redor do mundo (entre 10% e 15%), embora a curva epidêmica da doença no Brasil ainda esteja em fase inicial.

Além dos leitos de UTI, outros 29 leitos de enfermaria estão sendo preparados para casos menos graves, mas que necessitem de intervenção médica. Foto meramente ilustrativa.

A conta para o Sertão Central é simples. Se o vírus infectar 0,5% da população da região, serão 3.249 doentes. Mantido aqui o percentual observado pelo Ministério da Saúde, 380 destes doentes vão ter evolução para um quadro grave da doença e vão precisar de internação hospitalar em leitos de UTI. Teremos 20 leitos de UTI e 29 leitos de enfermaria, lembra? Assim, pelo menos 331 pacientes vão ter que receber tratamento intensivo em outros lugares ou, possivelmente, acabarão morrendo. Isto num cenário em que 0,5% da população é infectada.

Agora imagine que a população da região desconsidere totalmente as medidas de isolamento social e se exponha à contaminação. Suponhamos que, como consequência disto, 3% de sua população acabe infectada pelo coronavírus (esta é uma mera suposição, o número poderia ser menor ou maior). Isto equivaleria a 19.495 doentes. Se a média de casos graves for a de 11,7% do grupo de infectados, como tem sido no Brasil, isto representaria o total de 2.280 pessoas necessitando de respiradores de UTI para sobreviver. Teremos 20 leitos de UTI e 29 de enfermaria, lembra? Desta forma, 2.231 pacientes vão precisar receber tratamento em outro lugar ou, pior ainda, morrerão. Este seria, por óbvio, um cenário desolador.

Não é difícil entender porque a pandemia de coronavírus tem saturado a capacidade de atendimento dos sistemas de saúde até mesmo em países do chamado primeiro mundo.

Independente do cenário que se desenvolver no Sertão Central, a maneira mais óbvia e eficaz de evitar a falta de leitos de UTI é reduzir o número de pessoas que pegam a doença. Isso significa seguir todos os conselhos de saúde, incluindo regras de distanciamento social e higiene. Portanto, #FicaEmCasa!


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