Eudásio Barroso se desfaz de paciente idoso em Fortaleza para conseguir vaga por conta própria, diz cuidadora

Eudásio Barroso se desfaz de paciente idoso em Fortaleza para conseguir vaga por conta própria, diz cuidadora.

O Hospital Eudásio Barroso, em Quixadá, encontrou uma “solução” para o caso do senhor Francisco Rodrigues da Silva Neto, de 70 anos. Ele estava internado há cerca de duas semanas após sofrer um AVC e ficar com graves sequelas nas pernas. Mas a “solução”, na verdade, acabou gerando mais problemas para o idoso.

O paciente foi transferido em uma ambulância para Fortaleza, mas fora dos canais oficiais de regulação entre hospitais. De acordo com Rosivane Silva, que é cuidadora e acompanhou o senhor Francisco, o Eudásio Barroso o transferiu em situação de “vaga zero”, mas não para outro hospital. O idoso foi simplesmente “jogado” na casa de um parente dela na capital e instruído a acionar de lá o SAMU, sem dizer que era de Quixadá, para tentar forçar uma vaga de internação. O esquema não deu certo.

O SAMU de Fortaleza não fez o atendimento. Abandonado pelo sistema de saúde de Quixadá na capital, o senhor Francisco começou a sentir muitas dores, a ponto de urinar na roupa, e entrou em desespero. Dona Rosivane precisou fretar um carro para trazê-lo de volta a Quixadá, sem atendimento e com a saúde pior. Ele está agora em Quixadá, fora do hospital, e vai tentar conseguir vaga em Fortaleza da maneira correta assim que possível.

Depois da experiência dolorosa, Silvânia chama atenção da maior autoridade do município que, inclusive, recebeu o voto da sua família: “Prefeito Ricardo Silveira, tenha atenção pelas pessoas. Não deixe as pessoas serem jogadas na rua. Tenha atenção por elas porque um dia você vai precisar delas de novo.”

Desnecessário dizer que procedimentos deste tipo violam as diretrizes para transferência de pacientes entre municípios, que deve ser regulada oficialmente entre a instituição que transfere e a que recebe, mesmo em situação de “vaga zero”, sob risco de agravar o quadro de saúde da pessoa doente e, em alguns casos, colocá-la em sério perigo.

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