Conselho Tutelar de Quixadá flagra crianças contratadas por R$ 5 para fazer trabalho pesado

Gilmar Junior e Chelda Dantas, membros do Conselho Tutelar de Quixadá.

Membros do Conselho Tutelar de Quixadá flagraram, na manhã desta quarta-feira, 16, crianças em situação de exploração trabalhando nas proximidades da Feira dos Bichos, neste município.

De acordo com os conselheiros Gilmar Junior e Chelda Dantas, as crianças estavam sendo “contratadas” por R$ 5 para ajudar a colocar animais em cima de caminhões. É um serviço considerado pesado até mesmo para certos adultos.

“Vários correram quando nos viram chegar”, disse Gilmar Júnior. O conselheiro diz que verificou o nome das crianças, contatou os pais, fez advertências e vai averiguar em quais escolas elas estudam. “A sociedade não colabora como deveria. Prefere explorar a troco de banana”, lamenta.

TRABALHO INFANTIL

Último levantamento do IBGE mostra que, se todas as crianças e adolescentes de 5 a 17 anos que exercem alguma atividade no país se reunissem, elas ocupariam uma cidade como Brasília. 30% dessa mão de obra está na atividade agrícola.

Fiscalizar e combater o trabalho infantil são tarefas complicadas. Muitas vezes, é preciso um trabalho de inteligência prolongado para conseguir, de fato, prender exploradores e resgatar crianças.

Apenas de janeiro a junho deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 715 denúncias de casos de exploração infantil, pelos canais de atendimento. “A responsabilidade por essas crianças é da família, da sociedade e do Estado. Elas têm direito a uma vida digna”, afirma a procuradora Valesca de Morais, do Ministério Público do Trabalho.

“A sociedade impõe o trabalho a qualquer preço aos menos favorecidos, mas não acha que um jovem de classe média deva trabalhar desde criança, porque não o enxerga como um potencial criminoso”, diz Valesca.


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