Comerciantes de Quixadá buscam apoio da imprensa estadual para tentar impedir lockdown

Fotos da Avenida Plácido Castelo, em Quixadá, num dos dias do lockdown anterior. Naquela ocasião, comerciantes se recusaram a cooperar plenamente com a medida. (Foto: Jândreson Gomes)

O experiente colunista do jornal Diário do Nordeste, Egídio Serpa, que possui mais de 60 anos de carreira no jornalismo, fez uma revelação surpreendente na noite desta sexta-feira, 14: comerciantes de Quixadá, no Sertão Central, revoltados com a decisão do prefeito Ricardo Silveira de decretar lockdown no município a partir de domingo, 16, até o próximo domingo, dia 23, entraram em contato para pedir ajuda. A ideia, ao que parece, era pressionar o gestor através da imprensa estadual.

“Esta coluna recebeu telefonemas de comerciantes de Quixadá, revoltados com a decisão do prefeito”, revelou Egídio Serpa. “Alguns líderes do comércio varejista quixadaense tentaram reverter a decisão do prefeito, mas foi em vão”, acrescenta o jornalista. Uma das reclamações, segundo Egídio, é que “vendas por e-commerce são feitas por meio de cartão de crédito, um instrumento de que dispõe somente uma parte da população municipal.”

Ricardo Silveira recebeu muitas críticas na semana anterior nas redes sociais ao interromper o último decreto de lockdown antes do Dia das Mães. Ficou a impressão de que a pressão de comerciantes, inclusive com carta pública divulgada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), teria influenciado a decisão do gestor quixadaense. Na ocasião, o prefeito justificou sua decisão apontando para o número menor de pessoas contaminadas, conforme dados da Secretaria de Saúde do Ceará. Desta vez, porém, conforme aponta Egídio Serpa em sua coluna, a pressão dos comerciantes não conseguiu evitar a decretação de novo fechamento – e ainda mais restrito que o anterior. Agora, nem farmácia nem supermercado terão permissão para funcionar, exceto na modalidade delivery.

Nossa opinião:

O prefeito está correto ao decretar maiores restrições e deve receber apoio da população em sua medida. Não há justificativa para manter tudo funcionando com uma pilha de cadáveres que só faz aumentar. Foram 25 óbitos em apenas 14 dias de maio. É uma tragédia! É óbvio que essa onda de mortes precisa ser contida. Ponto negativo para os comerciantes que pressionam pela chamada “normalidade” no meio de um pandemônio de coronavírus. Afinal de contas, chega uma hora em que a ciência que salva vidas precisa ser colocada em primeiro lugar.


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