A foto que ilustra esta matéria foi feita na terça-feira, 01, mas o problema que ela mostra acontece desde o início da pandemia: aglomerações nas filas dos bancos em Quixadá, a exemplo do que acontece na maioria das cidades, continuam facilitando a transmissão do coronavírus, responsável pela Covid-19. De fato, muitos podem ter sido infectados neste tipo de ambiente.
Também nesta terça-feira uma mulher entrou em trabalho de parto enquanto esperava para acessar a agência do Banco do Brasil em Quixadá. A multidão se mobilizou para tentar prestar socorro, mas a situação revela o nível de exposição ao vírus, por vezes em circunstâncias cruéis, a que muitas pessoas humildes, infelizmente, precisam se submeter. Esse tipo de sofrimento deixa transparecer a marca da desigualdade social que assola o país.
No ano passado, agências bancárias em Quixadá foram alvos de ações judiciais, nas quais o poder público buscou responsabilizá-las pelas violações sistemáticas às normas sanitárias que ameaçam a saúde e a vida dos cidadãos. Para os bancos, é só mais um processo e o problema das aglomerações persiste.
No final e início de cada mês, centenas de pessoas ao mesmo tempo buscam receber aposentadoria, salários, benefícios sociais e resolver pendências financeiras nestas agências. Os bancos são tidos como prestadores de serviço essencial, e por estarem sujeitos apenas às legislações estaduais e federais, nem mesmo o prefeito municipal é dotado de autoridade legal para definir seus horários de funcionamento.
Nas redes sociais, há muita cobrança por fiscalização neste lugares, organização de filas, disponibilização de álcool em gel e melhores condições de espera.