“Será que não morre mais ninguém de outra coisa?” Você já deve ter visto essa pergunta nas redes sociais, geralmente feita por pessoas que adotam uma postura negacionista sobre os impactos da pandemia de coronavírus. Há também quem espalhe informações falsas, como a que diz que os municípios e estados recebem dinheiro por cada óbito.
O Diário de Quixadá verificou que argumentos como estes são simplesmente improcedentes e, de fato, ignorantes. Sim, morreram muito mais pessoas de outras causas em 2020, e isto não quer dizer que a covid-19 não represente um grande desastre para o mundo, e em especial para o Brasil, um país sem política nacional unificada para combater o vírus e com um presidente que todo dia faz declarações anticientíficas que movem seus seguidores na direção da morte, como aquelas que insuflam as pessoas a violarem o isolamento social. Em tempos de pandemia, temos pessoas que acham que a obrigatoriedade de usar máscara – com a finalidade de proteger outras pessoas – é, na verdade, uma violação da liberdade individual.
Ainda sobre o número de mortes por outras causas, o Portal de Transparência do Registro Civil, que coleta dados de cerca de 8 mil cartórios em todo o país, mostra que em Quixadá, de janeiro a julho de 2020 morreram 230 pessoas de causas não relacionadas à covid-19. O portal não especifica as causas, mas entre estão infartos, acidentes, choque elétricos, suicídios, câncer e outras.
Até agora, a pandemia de coronavírus matou em Quixadá 65 pessoas, um número menor do que aquele de outras causas e nem por isso menos assustador. A pandemia continua, o vírus está circulando, não existe tratamento ou vacina que impeça a infecção. A única medida que se pode tomar, por enquanto, é de prevenção, evitando-se aglomerações e mantendo-se em quarentena, se possível, além de adotar atitudes de higiene como lavar as mãos periodicamente e usar álcool em gel.
