Estudo aponta que hidroxicloroquina tem efeito em macacos, mas não em células humanas

Presidente Bolsonaro divulgando tratamento com hidroxicloroquina. Segundo cientistas, medicamento funciona em macacos contra a covid-19.

A hidroxicloroquina mostrou algum efeito antiviral no organismo de macacos infectados com o novo coronavírus, mas não teve resultados quando testada em um modelo de vias aéreas dos humanos, mostrou um estudo (em inglês) publicado hoje na revista Nature.

Segundo os pesquisadores franceses, “a hidroxicloroquina mostrou atividade antiviral em células renais do macaco verde africano, mas não em um modelo de epitélio das vias aéreas humanas reconstituído”.

Nos testes com macacos, os cientistas afirmam ter usado diferentes estratégias, inclusive administrar a hidroxicloroquina em combinação com a azitromicina. Tanto o medicamento sozinho, quanto combinado não teve resultado significativo nos primatas a ponto de ser considerado eficaz.

Quando utilizada como profilaxia, a hidroxicloroquina não resultou em proteção contra a infecção, dizem os pesquisadores.

“Nossos resultados não apoiam o uso de hidroxicloroquina, isoladamente ou em combinação com azitromicina, como tratamento antiviral para a covid-19 em humanos”, escreveram os cientistas.

O estudo foi uma parceria entre as universidades de Paris e de Aix-Marselha, do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Referência de Vírus das Infecções Respiratórias da França e envolveu vários especialistas. Até agora, não há comprovação científica da eficácia da hidroxicloroquina ou da cloroquina no combate à covid-19.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tem se destacado como defensor do uso do medicamento. Em Quixadá, o médico Ricardo Silveira defendeu também tratamento com cloroquina em pacientes com covid-19.


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