33% dos perfis que seguem o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) são perfis falsos controlados por computadores. É o que aponta um recente levantamento realizado pelo instituto InternetLab que analisou os seguidores dos presidenciáveis no Twitter para descobrir quantos deles são, na verdade, robôs.
Esses robôs (chamados bots) são programados para compartilhar, interagir e fazer volume nos perfis de forma automatizada e podem vir a ser utilizados para influenciar as eleições de outubro deste ano.
Segundo o estudo, o candidato com maior percentagem de seguidores robôs é o senador Alvaro Dias (Podemos): 60% dos seus quase 410 mil seguidores não são pessoas reais.
O segundo colocado do ranking é o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), com 45,8% de perfis falsos dentre aqueles que o seguem.
A lista continua com Marina Silva (Rede), com 36%; Jair Bolsonaro (PSL), com 34%; Ciro Gomes (PDT), com 32%; Rodrigo Maia (DEM), com 30%; Manuela D’Ávila (PCdoB) e Lula (PT) ambos com 22%; João Amoedo (Novo) com 21%.
O candidato com menor percentagem de seguidores falsos é Guilherme Boulos(PSOL), com 14%.
O levantamento conclui que, em média, 37,4% dos perfis que seguem os candidatos à presidência no Twitter são robôs.
Segundo o instituto, é comum que perfis falsos sigam políticos em razão da sua popularidade, pois os robôs são programados para que seu comportamento se pareça com o de usuários comuns.
Porém, números elevados de seguidores robôs podem indicar a compra de botscom o objetivo de inflar artificialmente a reputação do respectivo candidato nas redes sociais.
A compra de bots é vedada tanto pelo Twitter quanto pela lei. A legislação eleitoral também veda o uso de quaisquer ferramentas para impulsionar publicações que não aquelas oferecidas pelas próprias redes sociais.
O levantamento cita, ainda, dois outros estudos que apontam que o Brasil é um dos países com o maior uso de bots em redes sociais e que hospedamos a 8º maior população de bots do mundo.
Como foi feita a pesquisa:
A coleta de dados foi realizada entre os dia 4 e 28 de junho de 2018 por meio de uma ferramenta desenvolvida pela Universidade de Indiana (EUA) chamada Botometer.
Considerando fatores como padrões de postagens e horários em que as contas estão ativas, a ferramenta analisa o comportamento dos perfis na rede e mede o percentual de seguidores de cada candidato que são potencialmente bots.
De acordo com o InternetLab, a pesquisa oferece resultados confiáveis em cerca de 90% das análises.
(da Folha de São Paulo)