Vereadores de Quixadá, no Sertão Central, já começaram nos bastidores a conversar sobre aumentar o desconto previdenciário no salário dos servidores municipais. Quixadá tem instituto próprio de previdência e paga, através de descontos mensais de 11% nos salários dos funcionários efetivos, as aposentadorias e pensões. As avaliações são de que esse desconto subiria para 14%.
A discussão sobre o assunto, na verdade, está atrasada. A reforma da Previdência Social ocorrida no Congresso Nacional em 2019 determinou que os estados e municípios com sistema próprios de aposentadorias e pensões dos servidores fizessem o mesmo em um prazo razoável, sob pena de ficarem sem receber transferências voluntárias do Governo Federal.
Avaliação dos parlamentares locais, no entanto, é de que a entrada de projeto do executivo que trate da questão deve demorar mais algum tempo. A ideia é que, depois de terem tido o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) vetado pelo prefeito Ricardo Silveira, veto que foi sustentado pelos parlamentares aliados da gestão, outra medida dura contra os servidores não seria bem recebida e poderia gerar reações em cadeia contra a administração. Mas outros parlamentares defendem que as medidas duras devem mesmo ser aplicadas no começo da gestão, pois avaliam que o povo esquece rápido e as decisões tomadas agora não afetarão as escolhas eleitorais em 2022 e 2024.
Parte da solução para resolver o problema do Instituto de Previdência de Quixadá (IPMQ) envolve a substituição de de funcionários temporários e comissionados por agentes efetivos, pois é dos efetivos que se realizam os descontos previdenciários. Apesar de prometer em campanha urgência na convocação dos aprovados no concurso público de 2016, o atual prefeito passa para o segundo mês sem convocar os cerca de 225 concursados que ainda aguardam o procedimento.