A notícia é muito boa! Análise dos dados epidemiológicos da secretaria de saúde de Quixadá mostra que o município tem conseguido êxito nos esforços para manter a taxa de letalidade da covid-19 abaixo da média.
De fato, Quixadá tem uma taxa de óbitos mais baixa do que a região do Sertão Central e bem mais baixa do que o Estado do Ceará. Enquanto a taxa de letalidade da doença em Quixadá se limita ao patamar de 2,6%, a do Sertão Central sobe para 3,4% e a do Ceará chega a 6,3%. A comparação é reveladora ao mostrar que o município poderia, hoje, estar com mais de 120 óbitos, caso não estivesse logrando êxito em sua estratégia para salvar vidas.
Vale ressaltar que 80% dos 40 óbitos em Quixadá, até 13 de junho, foram de pessoas na faixa etária de risco da covid-19, ou seja, de pessoas acima de 60 anos.
Os números contemplam o período de 29 de março a 13 de junho.
Sobral, na zona norte do Ceará, que vem realizando um trabalho sério no combate ao coronavírus e que possui estrutura de saúde bem maior, possui quase 3 vezes mais casos do que Quixadá, já que testou mais. Porém, possui quase 5 vezes mais óbitos.
É evidente que algo está acontecendo em Quixadá que tem resultado num crescimento menor, na medida proporcional, do número de óbitos em relação à região e ao Estado, e até mesmo em relação a cidades com estruturas de saúde superiores.
Alguns fatores podem ser considerados.
A estratégia de acompanhamento diário do quadro clínico de pacientes com suspeita ou com diagnóstico positivo, levada a cabo por dezenas de profissionais de saúde, como enfermeiras, técnicas de enfermagem e médicos, permite que os sintomas iniciais da doença sejam combatidos com o máximo de eficácia possível. Durante as visitas domiciliares, enfermeiras examinam, promovem consultas virtuais com médicos e até disponibilizam medicação na hora, após emissão de receita digital. Isso tem impedido que o quadro clínico de centenas de pacientes se torne mais grave, o que resulta em menos internações, menos uso de equipamentos de UTI e, por fim, em menos óbitos.
Quixadá também triplicou, em menos de dois meses, seus leitos de enfermaria, elevando-os ao mesmo patamar do hospital de campanha do estado, anexado ao hospital regional, com 40 unidades.
As medidas de isolamento social, embora fortemente criticadas por opositores políticos da administração local, tem mostrado seu valor. Uma delas, a transformação do Centro da Cidade em Zona Especial, impediu que o coração comercial da cidade continuasse como o principal irradiador de novas infecções, como vinha acontecendo nas primeiras semanas da crise. O fechamento mais rígido do centro cortou eficazmente a velocidade de transmissão e ajudou a achatar a curva de novas infecções.
Outra importante medida foi o estabelecimento de um rodízio dos transportes coletivos dos distritos para acesso à sede do município. Posteriormente, o horário foi também limitado à parte da tarde. Embora não tenha impedido o fluxo total de pessoas, diminuiu significativamente o tamanho das aglomerações. O Diário de Quixadá já explicou as vantagens dessa medida que tem resultado na proteção especial à Zona Rural.
Os números falam por si: pela terceira semana seguida, os casos de novas infecções vem caindo. O resultado é que a velocidade de recuperação de pacientes tem sido maior do que a de novas infecções.
Menos casos, menos necessidade de dividir as equipes de saúde, menos internações, menos situações de alta complexidade e, por fim, menos óbitos. Tudo isso indica que Quixadá está no caminho certo em seu combate ao vírus. E é por isso que, aqui, merece também destaque como fator determinante para o freio no número de óbitos a coragem política do gestor municipal. Em vez de temer as críticas ao isolamento social feitas por opositores, em pleno ano eleitoral, Ilário Marques tem priorizado seguir o conselho de suas equipes de saúde, que incluem médicos, epidemiologistas, enfermeiras e outros técnicos da área.
