CDVA realiza projeto que ensina crianças a identificar toques inadequados e a denunciar abusos

O Colégio Diocesano Valdemar Alcântara (CDVA) está promovendo a segurança e a proteção das crianças com o projeto “Ouvir a Criança é Proteger a Infância”, inspirado no “Faça bonito! Proteja nossas crianças e adolescentes”, do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Ecpat Brasil. Na segunda-feira, 28 de maio, o CDVA realizou uma socialização em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado em 18 de maio. O projeto tem como objetivo principal alertar contra o abuso sexual infantil e incentivar a denúncia de qualquer forma de abuso, focando na prevenção e orientação tanto das crianças quanto de seus pais.

A Coordenadora da Educação Infantil, Danyelly Oliveira, explica que o trabalho realizado vai além da simples conscientização: “Trabalhamos questões vivenciais com as crianças no círculo de cultura, como chamamos as rodas de conversa feitas com os alunos. A orientação se expande também para os pais através de mensagens nos grupos de WhatsApp e vídeos informativos produzidos pelas próprias professoras”. A importância desse trabalho é reconhecida pela comunidade escolar e é essencial para alertar e proteger as crianças.

O projeto aborda temas delicados como o abuso sexual infantil, que muitas vezes envolve pessoas próximas ou até mesmo familiares das vítimas. “Esse é um trabalho ainda muito polêmico, porque falar sobre abuso é falar sobre pessoas próximas ou da família. Quando trabalhamos o semáforo do toque, estamos falando de ‘quem é que pode tocar?’. Muitas vezes, associamos que quem não pode tocar é uma pessoa estranha, mas a realidade é que o abusador pode ser alguém próximo, até mesmo da família”, destaca a coordenadora.

A conscientização é feita de forma gradual e cuidadosa. “A passos lentos, estamos fazendo esse trabalho de conscientização. Realizamos uma socialização acerca da temática, unindo todas as turmas em apresentações de teatro e musicais, conscientizando de forma lúdica”, relata Danyelly. O semáforo do toque é uma ferramenta fundamental nesse processo, que consiste em usar as cores do semáforo (verde, amarelo e vermelho) para indicar as partes do corpo onde elas podem ou não ser tocadas por outras pessoas, e como reagir se isso acontecer, ajudando as crianças a identificarem toques inadequados e a se sentirem seguras para relatar qualquer situação desconfortável a um adulto de confiança.

O projeto  “Ouvir a criança é proteger a infância”, que já está em seu terceiro ano, é constantemente atualizado para incorporar novas abordagens lúdicas que facilitem a compreensão dos alunos. A recepção dos pais tem sido positiva, com muitos elogiando a iniciativa da escola em abordar um tema tão necessário. “Recebemos feedbacks positivos dos pais, que gostaram da iniciativa da escola. É um assunto polêmico, mas necessário”, comenta Danyelly.

A ludicidade é um elemento chave na abordagem do projeto, especialmente considerando que se trata da Educação Infantil. “Há a preocupação de trabalhar de forma lúdica sobre o tema. Falar sobre educação infantil é falar de ludicidade, e não podemos deixar de abordar assuntos importantes só porque são polêmicos. É justamente na infância que precisamos realmente trazer essa conscientização”, conclui Danyelly.

Este evento demonstra o comprometimento do CDVA em criar um ambiente seguro e acolhedor para as crianças e adolescentes. Através de atividades lúdicas e educativas, o projeto visa fortalecer a comunicação e a confiança das crianças, preparando-as para reconhecer e denunciar qualquer situação de abuso, promovendo assim a proteção e o bem-estar de todas.

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