Com finalidades obviamente políticas, boateiros estão tentando disseminar uma onda de fake news sobre os resultados de Quixadá no Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) no ano de 2017.
O SPAECE é uma prova aplicada pelo Governo do Estado a todos os alunos do 2º, 5º e 9º ano do Ensino Fundamental nos 184 municípios do Ceará.
Do ano de sua criação, em 1992, até os dias atuais, o SPAECE fornece subsídios para formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais, vislumbrando a oferta de um ensino de qualidade a todos os alunos da rede pública do Ceará. Para isso, a cada edição, são aplicados testes de desempenho e questionários contextuais que possibilitam extrair dados, visando traçar um panorama da qualidade da educação dos alunos.
A intenção de quem está promovendo fake news sobre o assunto é plantar a ideia de que Quixadá regrediu no ano de 2017 em relação ao ano de 2016. Ou seja: os boateiros querem afirmar que a administração da educação municipal com Ilário Marques é pior do que com o ex-prefeito João da Sapataria, cuja gestão se tornou símbolo de desmantelo. Curiosamente, aquela foi o tipo de gestão levada ao poder por boa parte dos que hoje promovem notícias falsas.
VAMOS À VERDADE
A verdade é que o SPAECE 2017 mostra que, de modo geral, Quixadá evoluiu em relação ao ano de 2016. Por isto, o município saiu da lista dos que estavam em condição de alfabetização insuficiente e conseguiu evoluir para a ala dos municípios em situação desejável, aqueles considerados alfabetizados.
Ou seja, até 2016 os alunos do Ensino Básico em Quixadá não eram considerados alfabetizados, tamanha a ineficácia das políticas educacionais até então adotadas. Não se pode dizer que a situação atual seja a ideal. Mas pelo menos nos piores lugares o município não está mais e começou a se mexer no ranking. Na educação, aliás, os resultados da aplicação de novas políticas de condução não acontecem de um ano para outro, antes, requerem tempo, muito mais do que a conversa fácil de oposição política dá a entender.
Um caso típico do que aconteceu pode ser visto na Escola Regina Maria Holanda Amorim, que atende alunos dos Distritos de Juá e Califórnia. No exame de proficiência em língua portuguesa, a escola saiu de 115,1 pontos, referente ao estágio de alunos não alfabetizados, para impressionantes 153,0, índice que coloca a escola entre aquelas em situação considerada desejável. Uma grande evolução!
Veja também o caso da Escola Edmilson Pinheiro, que atende alunos do Distrito de Riacho Verde. Na prova de matemática do 2º ano a escola saiu do chamado estado crítico, com 189,9 pontos e chegou ao estado intermediário, com 203,5 pontos. O resultado é considerado bom.
Na realidade, todos os anos escolares avaliados evoluíram em tudo, exceto o 5º ano na matéria de matemática, que permaneceu no mesmo patamar. Em português, porém, o 5º ano apresentou evolução. O 2º e o 9º anos evoluíram nas duas matérias. “O resultado não diferiu muito do que nós esperávamos. É só com mais tempo que vamos perceber mais impactos do trabalho que começamos em 2017”, disse a Secretária de Educação Josênia França.
O Diretor do Distrito Educacional Centro, João Batista, afirmou em entrevista dada ao programa Bom Dia Quixadá, na Rádio Meio Norte FM, na manhã desta segunda-feira: “Educação se faz em base. Não se faz com varinha mágica, assumindo num ano e mudando tudo no outro. Na transição administrativa de 2016 para 2017 percebemos a dificuldade. Tínhamos uma grande quantidade de alunos pré-silábicos, ou seja, meninos que não sabiam ler uma sílaba. O 9º ano recebemos nos estágios crítico e muito crítico. Isto são alunos no 9º ano que não sabem ler. Apesar disso, saímos da condição de município prioritário para a condição de município desejável. Conseguimos com muito trabalho mudar de posição no ranking estadual. Saímos da ala dos piores.”
João Batista salientou ainda que há bons exemplos na educação quixadaense. Em Cipó dos Anjos, por exemplo, há uma aluna que fechou as provas de português e matemática. Escolas como Audízio Pinheiro, João Araújo Torres, Aziz Baquit e a José Jucá ficaram numa classificação acima da média do Estado em português e matemática. Escute a entrevista completa com João Batista no final desta matéria.
Diante deste cenário, observadores entendem que as acusações falsas sobre os resultados do SPAECE 2017, feitas pelas mídias da família do candidato derrotado nas eleições de 2016, nada mais são do que uma profunda dor de cotovelo pelo êxito avassalador do Pula Fogueira, a maior festa junina do Sertão Central. Este, porém, é um julgamento que cabe apenas ao leitor.
ENTREVISTA COM JOÃO BATISTA: