O surgimento da Responsabilidade Social Corporativa no ambiente empresarial

Os avanços tecnológicos e o incremento produtivo refletem uma nova postura empresarial assumida na atualidade onde se destaca a crescente sensibilidade aos problemas comunitários e aos impactos oriundos dos processos produtivos. Assim, cada vez mais, a agregação de valor aos produtos/serviços tem evoluído para uma gestão empresarial sustentável, social e ambientalmente responsável.

Neste sentido, os gestores contemporâneos têm acompanhado o surgimento, e gradativo crescimento, do termo Responsabilidade Social Corporativa (RSC), que ao longo dos anos evoluiu de um simples apoio filantrópico para a geração de valor, envolvendo não apenas o ambiente interno empresarial, mas sim, estendendo-se a todos os públicos de interesse do negócio, os chamados stakeholders.

O termo Responsabilidade Social Corporativa (RSC) refere-se a um conceito aplicável a toda cadeia produtiva e passou a ser incorporado nas estratégias empresariais, já que o consumidor tem optado por adquirir produtos e serviços que contribuam para a manutenção e preservação do meio ambiente para as gerações futuras e que possam ajudar na redução das disparidades sociais, tratando das grandes mazelas das comunidades menos favorecidas.

Assim, o papel antigamente assumido pelo Estado e Organizações não governamentais (ONGs), passa a ser dividido com as empresas, que por meio de uma gestão responsável assumem o compromisso de apoiar na transformação da realidade das comunidades onde estão inseridas, gerando assim diferenciação e competitividade frente aos seus concorrentes.

Embora já responsáveis pela geração de emprego e renda nas comunidades onde se instala, a RSC propõe à empresa muito mais que envolvimento econômico, a partir da construção de estratégias voltadas para públicos indiretamente impactados pela empresa.

A aplicação do conceito passa ainda pelo alinhamento ético e de respeito aos seus públicos de interesse, o que afirma e ratifica a decisão empresarial de optar por estratégias de diferenciação que agreguem valor corporativo e deem destaque à empresa. Exemplo disso está presente nas empresas que incluem indicadores corporativos de gestão sócio ambiental e sustentabilidade empresarial em suas metas.

Apesar das vantagens obtidas a partir de uma gestão sustentável, ainda observamos baixos indicadores deste segmento. Conciliar o tripé econômico, ambiental e social representa um grande desafio empresarial e, no Brasil, poucas são as empresas que conseguem alcançar o desafio com sucesso.

Uma pesquisa realizada pela Market Analysis, em 2007, apontou algumas das principais empresas socialmente atuantes no país. Dentre elas estão a Petrobras, a Coca-Cola, Nestlé, AmBev, Natura, dentre outras, que aplicam o conceito de forma correta, ao passo que envolvem inclusive força de trabalho, clientes, fornecedores para o alcance do lucro social.

No contexto atual, a Responsabilidade Social e Ambiental Corporativa tem evoluído para um sistema de normatização e regulamentação, que exige cada vez mais das empresas para a adoção de práticas de desenvolvimento comunitário e redução das desigualdades sociais, por meio da construção de uma sociedade mais justa e agregação de valor à imagem corporativa.

Resta que este conceito e esta nova filosofia de gestão seja percebida pelos pequenos empresários (que pouco têm atentado para esta nova demanda mercadológica), a fim de que possam utilizá-la e concorrer de forma igualitária nas suas áreas de atuação.

Gioconda Queiroz é administradora de empresas e escreve sobre gestão e negócios para o Diário de Quixadá. 


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