O Papel da crítica em momentos de Crise

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” (Paulo Freire)

Hoje quero repassar algo que tenho percebido, e que já o fiz em texto, sobre a crítica, em especial nos momentos como os que vivemos em nosso país, e em caráter específico em nossa amada Quixadá.

É bastante salutar que compreendamos as questões que nos fizeram chegar até este momento, em um cenário político, a nível nacional e municipal, de temores e incertezas.

Quero reafirmar com relação a Quixadá, sobre o governo João Hudson, que se iniciou como a “esperança de redenção” e findou num grande desastre administrativo; porém, não podemos nos esquecer que o legislativo municipal também foi bastante conivente com a forma como a então gestão municipal tratava com as questões administrativas, sem fazer as referidas indagações e fundamentar as posições críticas, até mesmo para a oposição, naquele momento.

Não podemos ser comentaristas de momento, onde buscamos o “bode expiatório” para expurgar as mazelas que até hoje enfrentamos, nem podemos ser os “babões” do lobby, quando tudo está indo de vento em polpa; esse tipo de atitude não é sensato e pior, traz um vício que anda bastante salutar em nossa sociedade, o “maniqueísmo”, teoria originária da antiga Pérsia, em que existe um “dualismo” do bem e do mal.

Explico essa teoria na prática, para os dias atuais, pegando, como exemplo, Quixadá. Quando a prefeitura municipal empreendeu o concurso público em 2016, fundamentando a homologação no final do ano, todos afirmavam que isso era bom, que o Ministério Público havia referendado o certame, entre outros pontos; agora, com a nova gestão formada e que está analisando a proposta legal do exame, as incertezas surgem, declarações como a de que o atual prefeito quer anular o certame para favorecer apadrinhados políticos surgem nas redes sociais, numa atitude que aparenta ser ‘justa”, mas que esconde os mesmos problemas, tal qual a questão do concurso.

Claro que vou esclarecer aqui que não estava por dentro de tudo o que acercou o concurso público da prefeitura, uma vez que estou morando em Fortaleza e trabalhando na reestruturação da UNILAB, porém, não me cansei de analisar os pontos e contrapontos que me foram possíveis de verificar, não dentro de um panorama maior, mas buscando a sensatez.

Retomando a questão da crítica, esse tipo de análise-exemplo não pode ser corriqueiro de nossa parte, uma vez que temos um futuro a definir e um trabalho para realizar, no sentido de vermos dias melhores raiarem no horizonte de nossa Quixadá e do nosso Brasil.

A crítica é um exercício de cidadania, onde se busca refletir sobre um determinado assunto, procurando compreender as posições favoráveis e contrárias ao assunto, bem como entendendo a necessidade de se buscar um posicionamento claro e efetivo de tudo o que o acerca.

Para o caso de Quixadá, especificamente, não é diferente, temos de fazer uma leitura consciente da realidade existente em nosso município, a revogação de leis feitas na gestão anterior, a homologação da convocação do concurso público, bem como outros pontos que precisam ser avaliados com esmero e sensatez, agindo com independência e coerência em respeito à verdade, ainda que se tenham falhas.

A crítica é um passo importante para a construção de uma sociedade cidadã, participativa, socialmente desenvolvida e proativa. Partindo dessa premissa, é fundamental que façamos uma leitura mais apurada de tudo o que se noticia, escreve ou mesmo se vê, para traçar a dúvida, chegando a uma análise própria e fundamentada.

Sejamos críticos conscientes e responsáveis!

Que DEUS nos guie, hoje e sempre.


Francisco de Assis Silveira escreve eventualmente para o Diário de Quixadá. 

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