Natureza selvagem, espírito livre

Um dos filmes mais inspiradores para mim é o Na Natureza Selvagem (2007). Nele o protagonista é filho de pais ricos, e ao formar na universidade de Emory como um dos melhores estudantes e atletas desiste do caminho natural de buscar carreira prestigiosa e lucrativa, e escolhe doar suas economias para caridade, livrar-se de seus pertences e viajar pelo Alasca. Esse filme “quebra” a submissão ao sistema capitalista em que vivemos e nos faz refletir sobre nossos VALORES, além de nos convidar a valorizar as pequenas coisas.

As pessoas mais felizes que eu conheço não são aquelas que tem mais posses, mas as que praticam o desprendimento. Preferem uma boa conversa, uma boa companhia, uma boa leitura do que comprar, comprar e comprar.

Bauman diz que estamos “vivendo tempos líquidos, onde nada é para durar, nada é feito para ser sólido”. Por isso a maioria das pessoas pensa no agora, vive o agora sem pensar no futuro. O importante passa a ser o que se tem no momento, o que sentimos. Não paramos para admirar a paisagem que nos cerca, as cores que nos rodeiam, as pessoas que nos acompanham. Passamos a vida enfiados em nossos apetrechos tecnológicos e esquecemos que os sentimentos são reais, ainda que as relações sejam virtuais.

Tenho quase 30 anos e sou de uma geração que jogou bila (bola de gude), brincou de cancela (pula carniça), sete pecados e outra infinidade de brincadeiras pueris. O nosso tinder era o cai no poço. Nosso Facebook era a vizinhança. Nosso whatsapp eram bilhetes de papel que escrevíamos e entregávamos um ao outro. Cresci num bairro pequeno, não tive muitas posses, não fui mimado, mas quando lembro de minha infância percebo que era imensamente feliz. O motivo? Praticava o desprendimento. Uma criança não pensa em posses, não compara se o outro é ou não mais feliz que este, não tem ganância, só pensa em se divertir, em brincar.

A gente cresce e acaba matando nossa criança interior. Temos medo de brincar na chuva. Temos medo de desagradar, temos medo de sermos rejeitados por nossos amigos, temos medo de não parecermos feliz o bastante para outras pessoas, temos medo da solidão, temos medo de sermos esquecidos. A vida vai passando e a gente vai envelhecendo com nossos medos.

Para sermos felizes é preciso liberdade e segurança. Em todos os meus relacionamentos eu sempre fui o primeiro a dizer “Eu te amo”. Claro que isso só acontecia quando eu tinha segurança de que eu estava sendo correspondido. Doutro modo, claramente poderia parecer que eu estaria sufocando a pessoa e esperando dela algo que ela não poderia me dar. Essa segurança é o que nos faz ter liberdade para expressarmos o que sentimos e sermos nós mesmos. A liberdade vem quando se ama voluntariamente. Ninguém pode forçar alguém a amar a outro alguém. O amor nasce livre, cresce livre e se não permanecer livre definhará, será sufocado e morrerá. Não há resignação onde há liberdade. Cada um é senhor de si mesmo e responsável por sua própria felicidade.

PERMITA-SE AMAR! SEJA LIVRE!

PERSIGA SUAS PAIXÕES e não se canse se ela não estiver na próxima esquina.

SOLTE TUDO O QUE VOCÊ ESTÁ SEGURANDO e solte-se do que lhe segura. Não deixe que seus traumas e medos sobrepujem sua vontade e desejo de alçar voos mais altos. Não tema parecer fraco. A força está em reconhecermos nossas limitações.

VIVA O MOMENTO. Sempre há, em todo local, um motivo para sorrir e ser feliz. Conecte-se com as pessoas ao seu redor. Envolva-se em um nível ainda mais profundo, ainda mais verdadeiro, ainda mais humano.

CONTROLE SEU EGO. Não se preocupe em IMPRESSIONAR, mas em SER, em VIVER!

NÃO SE ACOMODE. Não se permita permanecer no mesmo local em que você está por tempo demais. Cresça, amadureça e evolua. Só não deixe morrer sua criança interior.

FELICIDADE É UMA ESCOLHA. Não se trata de ter sempre coisas boas e momentos felizes acontecendo, mas em saber que os momentos ruins passam e que geram aprendizado, e que os momentos bons também passam e por isso devem ser apreciados lentamente.

CARPE DIEM.

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