Na tarde desta quarta-feira, 12, a Polícia Militar auxiliou a Procuradora do Município de Quixadá, Dra. Denisse Bessa, e o Secretário de Trânsito, Cidadania, Segurança e Serviços Públicos, Higo Carlos, no cumprimento de uma determinação do juiz da 1ª Vara da Comarca deste município, Dr. Welithon Alves de Mesquita, segundo a qual a prefeitura ficou autorizada a entrar nas dependências da empresa DFL Serviços de Limpeza Urbana e Meio Ambiental LTDA ME, de propriedade do acusador de Ilário Marques, o empresário Ernane Teles Castro Junior, para a finalidade de obrigá-la a cumprir o contrato para transbordo do lixo gerado nesta cidade para seu aterro sanitário, localizado em Senador Pompeu.
Viaturas da Polícia Militar foram à sede da empresa fazer cumprir o mandado. Ernane Teles, o proprietário, não estava no local. Os funcionários da DFL receberam a PM e os representantes do município de Quixadá. Havia tensão no ambiente, mas nenhuma ação de força foi necessária. Em certo momento da visita, porém, um funcionário quis impedir a entrada dos secretários a determinados setores da empresa. “O doutor Ernane não permite a entrada aqui”, teria dito um funcionário. “Mas quem está mandando aqui agora é o município de Quixadá. Abra!”, retrucou um policial.
Durante a visita, ficou constatado que os veículos que deveriam fazer o transbordo regular do lixo de Quixadá para o aterro sanitário estavam com defeitos mecânicos, parados nos galpões. A empresa atestou a falha assinando documentos, o que prova que, de fato, o serviço não estava sendo realizado.
De acordo com a Dra. Denisse Bessa, o município de Quixadá entendeu ser melhor ele mesmo realizar o transbordo do lixo e descontar os valores gastos nesta atividade do valor da dívida mensal com a empresa. A medida está prevista em determinação judicial. Se houver resistência, medidas mais duras, como o pedido de prisão do empresário Ernane Teles, não estão descartados, conforme a prefeitura de Quixadá.
Durante a ação policial, houve contato telefônico com o empresário Ernane Teles. Observadores relatam que ele teria se mostrado, inicialmente, agressivo com os agentes públicos de Quixadá, proferindo ameaças contra o prefeito Ilário Marques, mas depois cedeu à razão. O Secretário Higo Carlos deixou claro ao empresário que atuará dentro dos limites determinados pelo juiz e fará a empresa cumprir sua obrigação contratual. A empresa, portanto, passará a receber o lixo produzido em Quixadá para processamento em seu aterro.
O terreno do antigo lixão, que estava recebendo temporariamente – e com autorização da Justiça -, o lixo produzido no município, não deve mais ser o destino dos resíduos.
Tudo isto é, na verdade, uma grande reviravolta no caso que envolve as denúncias contra Ilário Marques. Vale lembrar que o prefeito sempre alegou que não fez pagamentos à empresa por causa da ausência do serviço. Diferente do prefeito interino, João Paulo de Meneses Furtado, que mesmo vendo que a empresa não realizava os serviços contratados, pagou a ela volumosos valores.
Em pouco menos de um mês, Ilário Marques venceu uma tentativa de impeachment contra seu mandato, orquestrada por aliados do médico Ricardo Silveira; teve uma decisão judicial favorável ao seu retorno ao comando do executivo e, agora, vê a empresa do seu acusador sendo obrigada pela polícia a cumprir o contrato, exatamente o que ele afirmou que ela não estava fazendo.
Uma nova audiência entre o município de Quixadá e a empresa DFL está marcada para a próxima semana, ocasião em que estes episódios podem ter novos desdobramentos.
