Nove meses do afastamento de João Hudson da prefeitura de Quixadá

João Hudson, ex-prefeito de Quixadá.

Há nove meses o ex-prefeito de Quixadá, João Hudson, estava sendo afastado pela Justiça do seu cargo. Não conseguiu voltar até o final do mandato, ficando a conclusão deste sob a responsabilidade do então vice-prefeito, Wellington Xavier, o Ci, cujo governo não destoou muito da realidade administrativa criada pelo próprio João desde 2013.

Hoje, com servidores recebendo em dia, calendário de pagamentos em pleno funcionamento e contas da prefeitura desbloqueadas, com investimentos em reformas e obras públicas que preparam o terreno para novas mudanças, a lembrança do passado vai ficando cada vez mais distante.

Por ocasião do seu afastamento, em agosto de 2016, o então gestor foi alvo da operação “Folhas em Branco”, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), que investigava a participação do político em crimes de improbidade administrativa.

A Justiça determinou a indisponibilidade de bens em nome do ex-gestor e de outros agentes públicos envolvidos. Juntos, eles somam o valor de R$ 600 mil, cuja finalidade é o pagamento de uma multa, correspondente a cem vezes o valor dos salários recebidos pelos investigados.

Cerca de 30 dias depois, em setembro, nova ação cautelar, desta vez criminal, foi ajuizada pela Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap). A coordenadora da Procap, procuradora de Justiça Vanja Fontenele, explicou que outros indícios sinalizavam que no exercício das funções públicas, João Hudson praticou atos delituosos.

A Procap havia constatado crimes elencados no Decreto-lei 201/67, com indícios de desvio de verbas públicas e continuado desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, além do descumprimento de decisões judiciais.

Até o momento, porém, nenhum desdobramento mais significativo aconteceu. João Hudson está trabalhando em sua loja de sapatos e se defendendo das acusações.

O arco político e econômico responsável pela vitória do empresário em 2012 – arco que contou com figuras fortes do espectro político e jurídico local, do empresariado, de parte da imprensa local e de parte do universo artístico local -, está desmanchado e já não lhe oferece cobertura.

Os desdobramentos mais importantes da investigação que resultou na denúncia e no afastamento do ex-gestor provavelmente ainda estão para acontecer.


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