DNOCS quer expulsar moradores no entorno do açude Cedro, em Quixadá, e dá prazo de 30 dias

Início da rampa de acesso à parede do Açude Cedro, em Quixadá. Área é de responsabilidade do DNOCS. (Foto: Diário do Nordeste)

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), do Governo Federal, quer que todos os moradores no entorno do centenário açude Cedro, em Quixadá, deixem suas casas para morar em outro lugar.

Notificações assinadas pelo Chefe da Unidade de Campo do Baixo Jaguaribe, José Audísio Girão Barreto, estão sendo enviadas aos loteiros do Cedro. O prazo dado para que as pessoas deixem suas casas é de 30 dias, e para várias delas o prazo expira no dia 18 de agosto. O DNOCS ameaça abrir ações judiciais contra quem se recusara sair. A maioria das cerca de 630 famílias afetadas são humildes.

Notificações como esta estão sendo recebidas pelos moradores.

De acordo com o DNOCS, a ocupação realizada na montante do Açude Cedro está irregular e é ilegal. “Assim, deverá V.Sa. desocupar a área no prazo máximo de 30 dias, bem como, se houver benfeitorias, demolir e retirar o material do local”, diz a notificação recebida pelos moradores.

No dia 29 de junho, uma audiência pública na Câmara Municipal tratou do assunto, inclusive com a presença de dirigentes do DNOCS. Ficou evidente que a decisão de retirar os loteiros que ali já moram há muitos anos, sem lhes oferecer qualquer outra saída para a questão da moradia, é desproporcional e absurda. O prefeito de Quixadá, Ilário Marques, que estava na reunião, desafiou o DNOCS a derrubar a casa do cantor Fagner, construída numa ilha no açude Orós, também sob a proteção do órgão federal, e foi muito aplaudido pelos loteiros.

Para Ilário, a luta dos loteiros precisa acontecer em duas frentes: jurídica e política. A Deputada Rachel Marques, segundo o gestor, vai fornecer auxílio jurídico aos loteiros. Uma reunião com eles está sendo agendada para traçar uma linha de defesa.

Enquanto as coisas não se definem, os morados estão muito preocupados e ansiosos quanto ao que vai acontecer. Temem ficar sem suas moradias e, vários deles, sem os negócios que sustentam suas famílias. Para se ter uma ideia, algumas dessas famílias já moram no lugar há 40 anos.

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