No domingo, 14 de maio, comemora-se o Dia das Mães, uma data especial do calendário dedicada ao infinito amor daquelas que nos carregaram em seu ventre e que nos enchem de carinho e cuidados durante a vida.
Em Quixadá, no Sertão Central do Estado, conhecemos a história de Dona Francisca das Chagas, uma destas mães a quem podemos, com toda propriedade, conceder o título de mulher guerreira.
Dona Francisca nasceu em Quixadá, no Distrito de Califórnia, no longínquo ano de 1939. Naqueles dias, o exército alemão invadiu a Polônia, dando início à sequência de eventos que levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial. No sertão de Quixadá, porém, a luta era pela sobrevivência.
A menina Francisca das Chagas cresceu numa família de agricultores e experimentou, desde cedo, uma vida marcada pelo suor do trabalho braçal, nos campos, nas plantações, cuidando da casa e dos bichos da família, de onde vinha o sustento de todos.
No dia 26 de julho de 1960, aos 21 anos de idade, Francisca casou com José Pereira de Andrade, conhecido popularmente como Jacaúna, palavra oriunda do tupi guarani e que pode significar “indivíduo de peito negro” (ja+cã+una), ou “indivíduo de cabeça negra” (ja+acã+una). Seu José construiu com Dona Francisca uma história de vida típica do sertão nordestino naqueles idos. Uma família grande – e ponha grande nisto, buscando alcançar, dentro dum contexto de seca, dificuldades de toda ordem e esquecimento governamental da região, uma vida digna.
O casal teve 29 filhos. Infelizmente, apesar de todos terem nascido, as doenças e a ausência de boa medicina na época foram responsáveis pela morte precoce de 24 deles, eventos de imensurável tristeza na vida do casal. Apenas cinco conseguiram sobreviver: Maria Eunice, Maria do Socorro, Francisco das Chagas, Francisco Agimiro e Francisco Diassis. A super-mãe ainda encontrou espaço em seu coração para dedicar amor e cuidados a um filho adotivo, Alexandre Pinheiro.
Dona Francisca das Chagas lamentavelmente faleceu no ano passado, aos 77 anos de idade, deixando marido, seis filhos, quatorze netos e quatro bisnetos, todos imensamente agradecidos à mãe sempre presente, amorosa e cheia de garra que ela demonstrou ser.
Com respeito à memória de Dona Francisca e em seu nome, é que o Diário de Quixadá deseja um feliz dia das mães a todas estas mulheres guerreiras que dedicam suas vidas às nossas. Muito obrigado por tudo o que vocês significam!
