Dançando: Vídeo de Quixadaense com síndrome de Down viraliza e alcança mais de 7 milhões de usuários do Facebook

Francisco Coelho, mais conhecido como Nunes.

Francisco Coelho, mais conhecido como Nunes, tem 33 anos e nasceu com a Síndrome de Down. Ele é participante assíduo das atividades desenvolvidas pelo Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, no bairro Campo Novo, em Quixadá.

No último dia 20 de dezembro, o DQ publicou um vídeo em que Nunes dança a música Billie Jean, do Rei do Pop, Michel Jackson, durante festa de confraternização dos funcionários e pessoas atendidas no CRAS. O vídeo viralizou no Facebook.

Segundo a plataforma, as imagens de Nunes dançando alcançaram, até o meio dia de hoje, um universo de 7.548.187 usuários da rede social. Destes, mais de 3 milhões pararam para visualizar a alegria do quixadaense.

O vídeo gerou mais de 75 mil reações, entre curtidas, comentários e compartilhamentos. As visualizações aconteceram principalmente nos seguintes Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco e Goiás.

Confira abaixo o vídeo viral e em seguida conheça 10 coisas que todo mundo precisa saber sobre síndrome de Down.

1) Síndrome de Down não é doença

A síndrome de Down ocorre quando, ao invés da pessoa nascer com duas cópias do cromossomo 21, ela nasce com 3 cópias, ou seja, um cromossomo número 21 a mais em todas as células. Isso é uma ocorrência genética e não uma doença. Por isso, não é correto dizer que a síndrome de Down é uma doença ou que uma pessoa que tem síndrome de Down é doente.

2) Pessoas com síndrome de Down não são todas iguais

Apesar de indivíduos com síndrome de Down terem algumas semelhanças entre si, como olhos amendoados, baixo tônus muscular e deficiência intelectual, não são todos iguais. Por isso, devemos evitar mencioná-los como um grupo único e uniforme. Todas as pessoas, inclusive as pessoas com síndrome de Down, têm características únicas, tanto genéticas, herdadas de seus familiares, quanto culturais, sociais e educacionais.

3) Pessoas com síndrome de Down têm deficiência intelectual

Deficiência intelectual não é o mesmo que deficiência mental. Por isso, não é apropriado usar o termo “deficiência mental” para se referir às pessoas com síndrome de Down. Deficiência mental é um comprometimento de ordem psicológica.

4) As pessoas têm síndrome de Down, não são portadoras de Síndrome de Down

Uma pessoa pode portar (carregar ou trazer) uma carteira, um guarda-chuva ou até um vírus, mas não pode portar uma deficiência. A deficiência é uma característica inerente a pessoa, não é algo que se pode deixar em casa. Diante disso o termo “portador” tanto para síndrome de Down quanto para outras deficiências caiu em desuso. O mais adequado é dizer que a pessoa tem deficiência.

5) A pessoa é um indivíduo, ela não é a deficiência

A pessoa vem sempre em primeiro lugar. Ter uma deficiência não é o que caracteriza o indivíduo. Por isso, é importante dizer quem é a pessoa para depois citar a deficiência. Por exemplo: o funcionário com síndrome de Down, o aluno com autismo, a professora cega, e assim por diante.

6) Pessoas com síndrome de Down têm opinião

As pessoas com síndrome de Down estudam, trabalham e convivem com todos. Esses indivíduos têm opinião e podem se expressar sobre assuntos que lhes dizem respeito. Em caso de entrevistas, procure falar com as próprias pessoas com deficiência, não apenas com familiares, acompanhantes ou especialistas.

7) Pessoas com síndrome de Down não devem ser tratadas como coitadinhas

Ter uma deficiência é viver com algumas limitações. Isso não significa que pessoas com deficiência são “coitadinhas”. Pessoas com síndrome de Down se divertem, estudam, passeiam, trabalham, namoram e se tornam adultos como todo mundo. Nascer com uma deficiência não é uma tragédia, nem uma desgraça, é apenas uma das características da pessoa.

8) De perto, ninguém é normal

No mundo não existem “os normais” e “os anormais”. Todos são seres humanos de igual valor, com características diversas. Se precisar, use os termos pessoa sem deficiência e pessoa com deficiência.

9) Direito constitucional à inclusão e à cidadania

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi aprovada no Brasil em 2008 como norma constitucional. Ela diz que cabe ao Estado e a sociedade buscar formas de garantir os direitos de todas as pessoas com deficiência em igualdade de condições com os demais. A Convenção é uma importante ferramenta de acesso à cidadania e precisa ser mais difundida entre as próprias pessoas com deficiência, juristas e a população em geral.

10) A terminologia é importante

Referir-se de forma adequada a pessoas ou grupo de pessoas é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover igualdade.


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