O nível excepcional de seca, que é o mais severo, expandiu-se pelo quarto mês consecutivo no Ceará. Conforme o mais recente mapa do Monitor de Secas do Nordeste, em setembro o Estado tinha 10,75% de sua área com seca excepcional, já no último mês, subiu para 24,61%. Em agosto era de 5,28%. Já em julho, 0,01%.
Entre as causas do avanço está a tradicional baixa incidência de chuvas neste período do ano, segundo o supervisor da unidade de Tempo e Clima da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz. Em outubro, a média histórica é de apenas 3,9 milímetros.
Entre as regiões mais afetadas está o Sertão Central, ao lado do Cariri e dos Inhamuns. O secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, lembra que estas regiões já estão no 6º ano com chuvas abaixo da média.
QUIXADÁ
Esforços conjuntos, através de uma articulação envolvendo o Deputado Osmar Baquit, a Deputada Rachel Marques e o prefeito Ilário Marques, junto ao Governo do Estado, está permitindo que comunidades na Zona Rural de Quixadá tenham a oportunidade de usufruir da água oriunda de poços profundos.
De fato, mais de 30 poços profundos estão sendo perfurados neste município, resultando em esperança de maior capacidade de enfrentamento da seca até a próxima quadra invernosa.
Nesta semana, a Associação dos Agricultores do Distrito de Riacho Verde comemorou mais um poço profundo perfurado e que vai beneficiar toda a comunidade. Líderes comunitários fizeram questão de acompanhar de perto os trabalhos de perfuração e aplaudiram quando a água finalmente jorrou.
“Nós estávamos passando sede”, desabafa, chorando de emoção, Dona Maria de Fátima, líder comunitária da localidade de Triângulo da Varjota, que também teve poço perfurado.
COMO SE CONQUISTA A PERFURAÇÃO
O Deputado Osmar Baquit explicou ao Diário de Quixadá que a perfuração dos poços é da competência da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), ligada à Secretaria de Recursos Hídricos do Estado.
“Geralmente as comunidades nos procuram e a gente faz a ponte com o governador, conversa com o Secretário e faz o projeto andar”, diz Osmar. Para que o poço seja perfurado, é necessário que haja a doação formal ao poder público do terreno onde ele será instalado, para que o poço pertença à comunidade e não a particulares. É preciso, ademais, que a localização do poço possa contemplar um número expressivo de famílias. “Um fazendeiro, por exemplo, não pode doar um terreno e pedir ao estado que perfure um poço que vai beneficiar só a ele”, explica Osmar.
Cada poço profundo, incluindo o estudo do geólogo, o maquinário e o material para instalação, custa cerca de R$ 25 mil.
“São mais de 30 poços profundos sendo feitos em Quixadá. A luta agora é garantir que mais comunidades sejam beneficiadas”, conclui o parlamentar.
