Choró e Ibaretama estão entre os municípios do Ceará que menos realizam testagem da covid-19

Choró e Ibaretama estão entre os municípios do Ceará que menos realizam testagem da covid-19. (Foto meramente ilustrativa)

Choró e Ibaretama, no Sertão Central, estão entre os municípios do Ceará que menos realizam testes da covid-19 em suas populações. Sem investir em testagem, os especialistas em saúde afirmam que não há como propor medidas relacionadas à prevenção e ao prognóstico da infecção, e as pessoas ficam entregues à própria sorte.

Desde que a pandemia começou, Choró testou pouco mais de 370 pessoas. A população estimada do município é de 13.521 pessoas, segundo dados de 2019 do IBGE. O município registrou, na terça-feira (30), 229 casos confirmados, 04 óbitos e 33 pessoas em tratamento. A baixa testagem, porém, coloca em dúvida a seriedade dos números oficiais divulgados pela prefeitura, e podem esconder altíssima sub-notificação.

Não testar coloca em risco a população do município e de municípios vizinhos. Assintomáticos não identificados tendem a não ter os mesmos cuidados que teriam caso fossem testados e informados do diagnóstico positivo, quando este fosse o caso.

Ibaretama consegue ser ainda pior. Com uma população estimada em 13.353 pessoas, o município realizou, desde o início da crise, pouco mais de 200 testes da covid-19. Teve 84 casos confirmados.

Apenas um pouco mais populoso, Banabuiú, na mesma região, dá ótimo exemplo ao promover testagem mais ampla. Até agora, foram mais de 1 mil testes realizados, duas vezes mais do que Choró e Ibaretama juntos, e os esforços para identificar, isolar e cuidar dos pacientes continua a todo vapor.

Quanto menos se testa, menos casos novos são detectados, é verdade, o que gera sub-notificação. Não testar o quanto for possível pode servir para maquiar a situação, mostrando taxas menores de contágio, mas isto não é política de saúde. É necessário que as equipes municipais organizem critérios para aproveitamento dos recursos limitados para combater a pandemia, incluindo, obviamente, determinar quais grupos testar, organizando-os em escalas de prioridade. No combate ao vírus, a ideia que vai na linha de defender a vida é testar mais, não menos.


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