Agricultores celebram a vida em comunidades distantes da sede de Banabuiú ao receberem vacinas contra a Covid-19

Dona Valdelice Oliveira, 54 anos, recebe a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Dona Valdelice Oliveira, 54 anos, é agricultora. Ela tem quatro filhos e quatro netos e mora desde que nasceu na distante localidade de Ferrolândia, distante 60 km da Sede de Banabuiú. Acostumada a acordar muito cedo para batalhar pela vida no suor do campo, neste sábado, 19, Dona Valdelice foi para uma frente de batalha diferente: contra a Covid-19. Dias antes, a Secretaria de Saúde do município, que é um dos mais avançados do Interior do Ceará na cobertura vacinal das faixas etárias, havia agendado a aplicação de dezenas de doses no Posto de Saúde Maria Cândida da Cunha.

“Seja bem vida, esperança!”

“Isso é uma doença que existe no mundo todo. Muita gente já morreu. Com essa vacina aqui eu sinto meu coração se encher de esperança. Seja bem vinda a esperança, não é?”, diz Dona Valdelice ao receber a primeira dose do imunizante da Astrazeneca. Quando a vacinadora Sunamita Gonçalves terminou de fazer a aplicação, a agricultora não escondia nas lágrimas a emoção de, finalmente, ter sido vacinada.

Já vacinada, Dona Valdelice comemorou a esperança renovada.

Ferrolândia é uma comunidade constituída por residências que, geralmente, ficam distantes umas das outras. Mas durante toda a manhã, muitos moradores se encontraram no Posto de Saúde. Na fila de espera, conversas e risadas típicas de quem está ansioso para dar o passo mais importante para vencer a pandemia.

Agricultores aguardavam com expectativa na fila da vacina.
Agricultores aguardavam com expectativa na fila da vacina.

“A bicha doeu?”, perguntavam alguns deles aos que saíam da sala de vacinação. “Doeu nada! Dói é morrer!”, respondeu o agricultor Jociélio Araújo em sua vez.

“Vou ver meus netos por muitos anos ainda”

Jociélio Araújo Barreto, 58 anos, também mora em Ferrolândia desde que nasceu. Pai de nove filhos, ele se dirigiu ao posto de saúde com um sentimento muito bonito. “Sinto que vou ver meus netos por muitos anos ainda”, disse, emocionado, após tomar a vacina. Jociélio está bem ciente de que milhares de avôs e avós pelo Brasil inteiro tiveram suas vidas abreviadas por causa do vírus, e perderam muitos anos de alegria ao lado dos netinhos.

Jociélio Araújo, já vacinado, comemora a expectativa de curtir os netos por muitos anos ainda.

“A gente quer dizer muito obrigado, né mesmo? Isso daqui é muito importante. Tem gente que tem medo de se vacinar. Eu mesmo não tenho, não. Eu tava doido era que chegasse meu dia. Passei a noite ontem pensando nessa vacina”, exclama, enquanto levanta o boné para cima.

“Obrigado ao pessoal da saúde”

Cinézio Sampaio, 56 anos, mora em Ferrolândia desde 1986 e conta que nunca tinha visto a força de uma pandemia. “A gente viu amigos daqui adoecerem. Conheço pessoas que morreram e famílias que ficaram tristes. É uma doença muito forte”, diz.

Cinézio Sampaio expressou gratidão pelo trabalho dos profissionais de saúde.

Vacinado, ele não escondeu a emoção ao cumprimentar amigos na saída do Posto de Saúde. “Nós moramos num lugar distante da cidade, mas graças a Deus tem gente lutando pela vida de quem mora aqui. Eu quero deixar nessa sua reportagem meu obrigado ao pessoal da saúde”, afirma Cinézio.

Cinézio foi uma das pessoas da localidade conscientizadas sobre a importância da vacina pela dentista Ana Lídia, que atende no Posto de Saúde de Ferrolândia. Ela tem aproveitado cada atendimento, ao lado de outros profissionais, para conversar com os moradores sobre os cuidados sanitários necessários contra a Covid-19. “A doutora me disse que, mesmo vacinado, eu continuasse tomando cuidado. Ainda é preciso tomar a segunda dose, e lá em casa nós já dissemos: nada desse negócio de aglomeração”, conta Cinézio.

Profissionais comprometidos

As residências em Ferrolândia são, muitas vezes, bem afastadas umas das outras, mas recebem visitação dos profissionais de saúde.

A equipe de saúde que atende em Ferrolândia é alvo do carinho dos moradores. Eles elogiam o comprometimento deles que, inclusive, já foram vacinar idosos em casas distantes das estradas principais. É o SUS em sua face mais bonita, defensor da vida onde quer que ela precise ser defendida.

“A equipe inteira tem feito um trabalho organizado, comprometido, focado em salvar vidas e cuidar bem de todos”, destaca Ana Lídia, dentista da comunidade.

“Ajudar essa equipe a cuidar das pessoas aqui tem sido uma alegria. A gente se apega a elas, conhece um pouco da vida de cada uma e descobre que são pessoas muito generosas e agradecidas. É um privilégio atuar na saúde nesse momento em Banabuiú. A equipe inteira tem feito um trabalho organizado, comprometido, focado em salvar vidas e cuidar bem de todos”, destaca Ana Lídia.

De fato, Banabuiú, que já está vacinando pessoas na faixa de 45 anos, tem se destacado pelo profissionalismo com que tem lidado com a pandemia. Todo o empenho dos profissionais é coordenado de perto pela Secretária de Saúde Rianna Nárgilla, sob orientação do prefeito Edinho Nobre. O gestor, aliás, tem se envolvido pessoalmente no combate à Covid-19, adotando corajosamente medidas sanitárias para cada fase de enfrentamento da pandemia e acompanhando detalhadamente a maneira como cada braço da saúde municipal cumpre suas funções.

É desta forma que Banabuiú vai dando a todos os seus munícipes, até mesmo àqueles nas localidades mais distantes, esperança de dias melhores. Esse tipo de trabalho oferece, também, dignidade aos cidadãos na batalha contra a pandemia e vai, no melhor ritmo possível, vencendo o coronavírus. Viva o SUS!

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