Briga entre presos deixa 10 mortos em cadeia cearense

Sindicato dos agentes penitenciários diz que facções entraram em confronto dentro da unidade.

Ao menos dez presos morreram e oito ficaram feridos nesta segunda-feira (29) em uma briga de facções criminosas rivais registrada na Cadeia Pública de Itapajé (125km de Fortaleza). A informação é do Copen (Conselho Penitenciário do Estado do Ceará), vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, e da própria pasta. O caso aconteceu por volta das 8h30.

Em nota, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará confirmou o número de mortos. “Os internos iniciaram uma briga entre grupos rivais que resultou nas mortes. Policiais do município e agentes penitenciários do Grupo de Operações Regionais realizaram a intervenção, controlando a cadeia”, informou a nota.

De acordo com o presidente do Copen, Claudio Justa, o conflito ocorreu em meio à não repartição de facções em unidades prisionais menores do Estado –nas grandes unidades a separação já vem sendo feita– e supostamente como retaliação à chacina ocorrida em Fortaleza na madrugada do último sábado (27). Na ocasião, 14 pessoas foram assassinadas. No final de semana todo, porém, foram 25 mortes registradas em Fortaleza.

O conflito ocorreu entre custodiados ligados à Guardiões do Estado (GDE), aliada da maior facção criminosa do país, o PCC (Primeiro Comando da Capital), e ao Comando Vermelho.

“A chacina teria ocorrido a mando da facção GDE, que, hoje, sofreu esse mecanismo de retaliação por parte de outra facção, o Comando Vermelho, na cadeia pública. Embora as grandes unidades de prisão do Ceará façam essa separação por facções, as unidades menores ainda mantêm, ainda que em alas separadas, esses integrantes em conflito”, explicou Justa.

Conforme o presidente do Copen, a rebelião foi controlada por policiais do Batalhão de Choque. Ele não soube precisar quantos, mas informou que presos mais diretamente ligados ao conflito foram transferidos a outras unidades como outra forma de se estancar o estopim.

Além do caso registrado hoje, o Copen apura outras rebeliões que estariam se desencadeando por outras unidades prisionais menores em cidades cearenses. “A crise de segurança pública no Estado é gravíssima, e isso está agora repercutindo dentro do sistema prisional”, observou Justa.


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