Planalto derrubou promotor que estava investigando demais os Bolsonaro e colocou fã do presidente no lugar

Planalto derrubou promotor que estava investigando demais os Bolsonaro e colocou fã do presidente no lugar

Não havia motivo algum para tirar Eduardo Gussem do caso Flávio. Não cometeu deslize. Não o acusaram por nada. Ele é o promotor mais qualificado do Ministério Público do Rio de Janeiro. Foi reconduzido, a 1º. de janeiro ao posto de procurador-geral de Justiça. No entanto, logo que o ministro Marco Aurélio Mello reverteu a decisão do colega Luiz Fux e remeteu o processo de volta à primeira instância, ele não voltou para Gussem.

Já circulavam rumores de que o promotor incomodava o Planalto. Estava indo longe demais. A quebra do sigilo bancário de Flávio, que prometia pedir, poderia levar a depósitos de origem muito pouco republicana – pior que a das dobradinhas – e haveria conexões com movimentações bancárias de seu pai, o presidente da República.

Ao trocar o comandante das investigações de forma abrupta, inesperada e truculenta, o Planalto deu razão a quem o acusa de agir para abafar o caso. Trata-se de evidente obstrução à Justiça.

O pior é que a troca vai trazer mais problemas que soluções ao Planalto. Parece que o novo promotor foi escolhido às pressas. A explicação só pode ser essa, pois ele já se manifestou publicamente a favor do investigado, afirmando em rede social que a movimentação atípica do Coaf pode ser “anômala” e não “criminosa”. Já o absolveu, portanto. A suspeição é flagrante. A prevalecer o estado de Direito será afastado do caso.

Mais grave ainda: já curtiu vários posts de familiares do presidente da República, inclusive do próprio Flávio, o que o transforma em fã do futuro investigado. Assim não é possível fazer Justiça.

Parece que “alguém” mandou tirar Gussem do cargo “imediatamente” e deu nisso. Escolheram o substituto no vapt-vupt.

Agora desmascarado pela mídia como suspeito e parcial, não tem condições de continuar à frente do caso que abala o Brasil. Se continuar, haverá motivo para suspeitar que, tal como Renan se referiu ao novo presidente do Senado, o Planalto “pode tudo”.


Compartilha:

Veja Mais