Chefe do Ministério Público Federal diz ao STF que Bolsonaro alinha-se ao regime da escravidão

Bolsonaro

Para fundamentar a denúncia junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Jair Bolsonaro por racismo praticado contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, destacou 11 trechos do discurso do deputado federal e pré-candidato do PSL à Presidência da República no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.

“Para melhor compreensão do conteúdo e extensão do discurso discriminatório e racista do denunciado, destaco os seguintes trechos de sua manifestação, que caracteriza o que a doutrina denomina de discurso de ódio (hate speech)”, escreveu Raquel, que ainda destacou outras quatro manifestações de Bolsonaro, anteriores ao caso do Clube Hebraica, como quando ele declarou:

“Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo.”

A PGR afirma que Bolsonaro tratou com “total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas” e referiu-se a eles como animais, em uma manifestação que “alinha-se ao regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera mercadoria, e à ideia de desigualdade entre seres humanos”.

Raquel também salienta que, na visão de Bolsonaro, “há indivíduos ou povos superiores a outros, tratando quilombolas como seres inferiores”.

Se condenado, Bolsonaro poderá cumprir pena de reclusão de um a três anos. A procuradora-geral pede ainda o pagamento mínimo de R$ 400 mil por danos morais coletivos.

Bolsonaro foi recentemente homenageado em Quixadá por cerca de 50 pessoas, que inauguraram um outdoor no município em homenagem ao político carioca. A ação contou com a participação do Deputado Federal Cabo Sabino e do youtuber André Fernandes. O outdoor foi instalado por um grupo que se denomina Direita Quixadá, liderado por um religioso do Bairro Boto, neste município, que se identifica nas redes sociais como Irmão Paulo Manhã de Benção, e por um funcionário da Faculdade Cisne, identificado por Marcelo.

VEJA COMO FOI A MANIFESTAÇÃO EM QUIXADÁ:

COM A PALAVRA, BOLSONARO

O deputado tem dito à imprensa que não quis ofender ninguém.

“Se faz brincadeira hoje em dia, tudo é ódio, tudo é preconceito. Se eu chamo você de quatro olhos, de gordo, não estou ofendendo os gordos do Brasil. Eles querem fazer o que na Alemanha já existe: tipificar o crime de ódio. Para mim pode ser, e para você pode não ser”, disse o parlamentar.

“Tanta coisa importante pro Brasil, pro Judiciário se debruçar e vai ficar em cima de uma brincadeira dessa. É a pessoa que eu fiz a brincadeira que tem de tomar as providências. A vida segue”, comentou o deputado.

(Informações do Uol)


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