Brasil: Ex-deputado é condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por matar 2 pessoas no trânsito

Ex-deputado Carli Filho foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão nesta quarta-feira (28) (Foto: Theo Marques/Framephoto/Estadão Conteúdo)

O ex-deputado estadual do Paraná Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi condenado por duplo homicídio com dolo eventual a nove anos e quatro meses de prisão, pelas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida.

O júri popular que o condenou ocorreu entre a terça-feira (27) e esta quarta-feira (28), na 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri, em Curitiba. Os jurados consideraram que ele assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e alcoolizado.

“Espero, sinceramente, que o presente julgamento tenha ajudado, com a força de sua ampla divulgação, a mudar um hábito de violência no trânsito; a ser instrumento de consenso para uma sociedade minimamente melhor, onde os deveres cívicos sejam encarados como propriedade privada, mas como uma responsabilidade pública”, comentou o juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, presidente do júri, ao ler a sentença.

Apesar da condenação, Carli não vai para a prisão imediatamente. Ele vai recorrer em liberdade (a defesa já confirmou que entrará com recurso) porque, neste caso, como a condenação do júri foi confirmada individualmente por um juiz, cabe reanálise em um órgão colegiado, ou seja, por um grupo de magistrados.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri foi formado por sete pessoas da sociedade civil, escolhidas por sorteio em um grupo de 25, previamente convocadas pela Justiça. O placar de votos não é divulgado pela Justiça.

Carli deixou o tribunal calado, sob gritos de “assassino” . Na terça, o primeiro dia de julgamento, ele falou no plenário: pediu perdão às mães e assumiu ter errado, apesar de ressaltar que não teve a intenção de matar.

O promotor Marcelo Balzer comemorou o que ele chamou de “marco divisório na justiça”. “É um marco divisório na justiça desse país. É uma conclusão democrática e um basta na violência no trânsito. Buscamos aqui demonstrar que esse hábito de beber e dirigir não pode ser uma banalidade”, comentou o promotor Marcelo Balzer. (Do G1)


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